FII de papel = ETF de renda fixa?
comentada em 15/08/2017 07:12

Paga juros, tem que analisar Loan To Value, estado financeiro do credor.

é bem mais parecido com RF do que com FII de um imóvel.

Como neste tipo de investimento estamos pagando um gestor para administrar uma carteira diversificada de títulos privados, podemos considerar os FII´s de papel como ETFs de RF lastreados em imóveis?

Resposta: Não necessariamente. Tem muito ativo de crédito imobiliário que não tem garantia real.

Sob essa perspectiva, FIIs de papel passam a ter função importante numa carteira de RF, pois aliam liquidez, alta diversificação com baixo custo, exposição a títulos inacessíveis ao pequeno investidor e o "reinvestimento automático" do principal.

Resposta: Tem de estar ciente que a maioria das emissões são em CDI, e não em IPCA, o que não te protege da inflação diretamente. Em relação ao custo, não sei se é muito baixo não. A taxa de adm costuma ser em torno de 2% ao ano. Ou seja, os ativos que o administrador compra tem de ter spread de 2% em relação aos títulos públicos apenas para cobrir as despesas. 2% é um spread relativamente auto. Isso faz com que, no longo prazo, o retorno para os cotistas não seja tão expressivo. Tem a questão da isenção do IR também do lado positivo da conta.

Sendo assim, não deveríamos considerar os FII`s de papel como "títulos longos, de prazo indeterminado, com cupons mensais" em nossa alocação de RF?

Resposta: A melhor forma de investir em RF para os pequenos investidores é descomplicando, através de Títulos Públicos. Inventar muita "moda" em RF acaba terminando em ferro.

Um ETF não dependeria de emissões para aumentar seu patrimônio como faz um FII de papel.

Ele poderia gerar e "destruir" cotas conforme a demanda.

Por exemplo, num ETF de ações, se a demanda dele for maior que o número de cotas, o market maker pega o dinheiro da venda, repassa ao gestor do fundo que compra mais ações e aumenta o patrimônio do fundo bem como o número de cotas no mercado. Então, o market maker repassa as cotas ao comprador.

Da mesma forma, se a ponta vendedora for muito forte, o market maker compra as cotas no mercado, o gestor vende patrimônio do fundo para pagar pelas cotas que foram compradas, reduzindo o número de cotas no mercado. Isso faz com que as cotas de um ETF tendam a ter um preço bem próximo ao patrimônio do fundo e com uma liquidez garantida pelo market maker.

Um FII não faz isso. Ele só aumenta o número de cotas com novas emissões. Então, ele pode ser negociado descontado ou com um valor acima do patrimônio. Ele pode não ter liquidez também. Não se pode fazer um resgate de cotas num FII. Ele pode no máximo amortizar o patrimônio.

Complementando o que já mencionaram, vou pautar minha resposta pela diferença de definição:
Todos os ETFs da BOlsa são de gestaão passiva. Ou seja, são obrigados a seguir uma metodologia muito restritiva sobre o que comprar e vender e a quantidade.
Ex: O BOVA11 é obrigado a replicar da melhor maneira possível o Ibovespa.

Nenhum FII tem esse mecanismo de atuação. Algumas pessoas até acham que o FIXX (que se chama "Fator IFIX") tem a obrigação de replicar o IFIX, o que o tornaria um ETF de FIIs. Mas ele não tem essa obrigação no regulamento.